quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Visão geral: Insetos comestíveis

Os insetos vêm tendo grande destaque no cenário mundial e já são consumidos em diversos países. Segundo a Food and Agriculture Organização (FAO, 2013) a tendência que o consumo de insetos tenha um aumento devido a questões de saúde, subsistência e também devido a seu menor impacto ambiental. Segundo a FAO, cerca de dois bilhões de pessoas no planeta se alimentam de insetos. No Japão, as larvas de vespas são muito utilizadas; na Tailândia, formigas. Em vários países africanos, cupins são fritos, defumados ou cozidos a vapor.(ANTHES, 2014) No ano de 2050 estudiosos apontam que o planeta terá nove bilhões de pessoas. A maior dificuldade será suprir com fonte de proteína animal esse quantitativo de pessoas. Uma das alternativas seria a utilização de insetos .Há mais de 1900 espécies de insetos comestíveis com uma grande quantidade de nutrientes como proteína ,ácidos graxos poliinsaturados, diversos micronutrientes como cobre, ferro, magnésio, manganês, fósforo, selênio e zinco, além de vitaminas. (FAO, 2013) Vale ressaltar a presença desses nutrientes possuem níveis tão significativos quanto às fontes convencionais de proteínas. No grilo a quantidade de proteína é 12 vezes maior que o encontrado em bife. (FAO, 2013; ANTHES, 2014) Em reportagem para BBC o professor Silvio Nihei da USP afirma que não há levantamento de insetos usados como alimentos no Brasil. O que é mais comum é o consumo de produtos derivados de insetos como -Mel, Geleia real e própolis. Os relatos sobre o consumo de insetos são mais no interior, onde tem-se consumo de abdômen de saúvas fêmeas (içá ou tanajura).(WATSON e TREANOR, 2016) Um dos fatores que influenciam o consumidor é o nojo em relação aos insetos. Segundo o psicólogo da Universidade da Pennsylvania, Paul Rozin, essa recusa em se consumir insetos se deve aos insetos serem animais e o ser humano tem hábitos alimentares restritos e costuma se alimentar de uma quantidade reduzida de animais da natureza (frango, porco, boi etc) . E por isso os humanos associam o consumo de insetos diretamente a lixo, decomposição e doenças.(ANTHES, 2014) Segundo Spagnuolo a tendência à nojo de insetos tende a mudar. Ele relata que os insetos, estão sendo vistos com receio que nem o sushi a 20 anos atrás, “poucas pessoas achavam que não tinha problema em consumir sushi” e devido às diversas mudanças no mundo globalizado e a desmistificação em relação ao sushi, hoje ele está em toda parte, será o mesmo com insetos” relatou.(WATSON e TREANOR, 2016) Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande desenvolveram um pão elaborado com farinha de barata desidratada. Mas não foi qualquer barata e sim a baratas cinéreas (Nauphoeta cinérea), de origem africana, produzidas em cativeiro e próprias para consumo humano. (BASSETTE, 2018)
A receita do pão substituiu 10% de farinha de trigo por farinha de insetos. Ao adicionar baratas ao pão o valor de proteína teve um aumento de 133%. Uma fatia de 100g de pão, passou de 9,7 gramas de proteína para 22,6g quando adicionado inseto. E quanto a análise sensorial não teve alteração significativa, segundo a autora o consumidor pode perceber um leve toque com gosto de oleaginosas, de amendoim. (BASSETTE, 2018) E por fim destaca-se que a proteína de inseto pode ser adicionado a qualquer alimento. Pois as pesquisas recentes falam muito da utilização das farinhas de insetos em detrimento do inseto inteiro, pois elas têm uma maior aceitabilidade.
BASSETTE, F. ANTHES, E.Pesquisadoras brasileiras desenvolvem pão feito com farinha de barata. BBC News Brasil. 2018. Disponível em:<https://www.bbc.com/portuguese/geral-45674218> Acesso em 15 de Novembro de 2019.
ANTHES, E. Os insetos serão o alimento do futuro? BBC Future. 2014. Disponível em:<https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/11/141103_vert_fut_insetos_dg> Acesso em 13 de Novembro de 2019.
FAO. Edible insects Future prospects for food and feed security. FAO FORESTRY PAPER. Rome, Italy: Food and Agricultural Organization of the United Nations. p. 201, 2013.
WATSON, K.; TREANOR, S. Grilos, larvas e escorpiões serão a comida do futuro? BBC News, Califórnia e México. 2016. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-37753709> Acesso em 14 de Novembro de 2019.
MORAES, B.; FERNADES, L. O promissor Mercado de Insetos comestíveis. 2018. Disponível em: http://www.comciencia.br/putz-grila-insetos-na-comida/ Acesso em 14 de Novembro de 2019.

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

TROCAMOS DE ENDEREÇO

ATENÇÃO!

Gostaríamos de avisar que esse site esta inativo, mudamos de endereço para melhor atende-los.

Para mais informações entre em contato com a gente.
E-mail: contato.cheiroverde@gmail.com 
Instagram: @cheiroverdejr
Facebook: cheiro verde empresa jr


domingo, 14 de agosto de 2016

Processo Seletivo 2016.2



A Cheiro Verde Jr. inicia seu processo seletivo de 2016.2 para captação de novos membros e esse é o momento para alunos de Gastronomia e Nutrição entrarem em uma experiência acadêmica e profissional enriquecedora. A inscrição pode ser feita neste formulário

Público alvo: Estudantes de nutrição e gastronomia da UFBA.  

Importante! Acesse o edital do Processo Seletivo para mais informações.

Atenção! As inscrições são por tempo limitado, então fique ligado nas datas!



terça-feira, 8 de março de 2016

Abará: cultura e sabor



     Hoje vamos falar de uma comida bem popular nas ruas e restaurantes do nosso estado (Bahia), onde a maioria da sua população é negra.
    O abará é um alimento de origem africana à base de feijão de corda moído; em cada lugar da Bahia ele leva alguns temperos diferentes, porém sempre estão presentes a cebola, o camarão e o azeite de dendê. Para dar o seu formato característico, na hora cozimento a massa é enrolada em folhas de bananeira.
   Os seus acompanhamentos são o vatapá, o caruru, a salada e o camarão. Como a massa dele é cozida,(diferente do acarajé) ganha-se muito em sabor sem a necessidade de submete-lo a fritura, sendo assim uma boa opção para quem não abre mão dos temperos e sabores baianos mas quer manter uma alimentação saudável, pode-se também retirar um dos acompanhamentos que é rico em farinha de trigo e leite que é o vatapá, e então basicamente você estará comendo feijão, quiabo, tomate, cebola e camarão.
     O camarão é uma proteína com percentual baixo em gordura, porém na recita original da massa se coloca o camarão comprado seco e salgado. Para substituir esse grande teor de sódio há a possibilidade de comprar o camarão fresco, salgá-lo em casa com muito menos sal e desidratá-lo, caso você opte por prepará-lo em casa.



Vamos a recita da massa:
. 500g de feijão fradinho
. 6 folhas médias de bananeira cortadas em pedaços de 10 X 20cm
. 1 cebola grande cortadas em pedaços
. 200g de camarão seco defumado sem casca
. 1 colher de chá de gengibre ralado

. ¼ de xícara de azeite de dendê 

Modo de preparo;
Colocar o feijão fradinho de molho, ir trocando de água para soltar a pele e o olhinho preto, triturá-lo num processador; 
Triturar a grosso modo o camarão seco;
Descascar a cebola;
Passar as folhas de bananeira no fogo para poder dobrá-las;
Passar no liquidificador a cebola juntamente com a água e o gengibre até obter uma massa homogênea;
Colocar a massa do feijão numa panela juntar a cebola batida com o gengibre, bater com as costas da colher de pau até a massa ficar aerada, ela aumenta o tamanho; a massa fica numa textura de um mingau grosso (obs. quanto mais a massa batida mais fica macio o abará).
Temperar com os azeites e sal se necessário.
Cortar as aparas das folhas de banana e cortá-las em pedaços de +- uns 15 cm de largura.
Apanhar com uma colher de sopa a massa e enrolar na folha de banana, de forma triangulada, colocar para cozinhar num cuscuzeiro no vapor por uns 40 minutos até adquirir a consistência dura.
É só provar e pronto.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Processo Seletivo 2016.1

Bom dia!



Aos estudantes de gastronomia e nutrição da UFBA, já estão abertas as inscrições para o processo seletivo Cheiro Verde Jr 2016.1


Fiquem atentos as datas!

Segue o link para a inscrição: https://docs.google.com/forms/d/17FajuEk7kmyPQ9s5wAc4d3W0u2rVmIX5AapHSW3ii08/edit?usp=forms_home

O link do edital: https://docs.google.com/document/d/1Q2iuKUFrNzeFqacSOG30Mt_ZzvFta9kKNaOSofkT10w/edit

**O link da errata do edital: https://docs.google.com/document/d/1utFPbl9xIdSaiZwi6MejGQS7tWhdSG3U8fGMK1XBmQw/edit

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Lactose:vilã ou mocinha?

   
   Com as redes sociais em alta todo tipo de informação está ao nosso alcance a um simples clique, inclusive sobre alimentação. Muitas pessoas compartilham sua alimentação diária, algumas causando até certo terrorismo nutricional em seus posts: “se você quer emagrecer, não coma isso”, “não pode”, e alguns alimentos acabam por ser “demonizados”. Surgiu a moda do LacFree e o leite se tornou uma das vítimas desse terrorismo. Mas afinal, pode ou não consumir leite se o objetivo é emagrecimento? Sobre o uso de lácteos permeiam vários mitos, por isso vamos esclarecer aqui que:

● Leite não engrossa a pele
● Retirar lactose não, necessariamente, emagrece.
● Leite não causa câncer
● Leite não está relacionado com diabetes
● Leite não dificulta a perda de gordura

   De acordo com alguns profissionais de saúde a produção de lactase, enzima responsável pela quebra do açúcar do leite, diminui com o passar dos anos. Assim, a lactose mal digerida causaria sensação de estufamento, além de inflamações, e ganho de peso devido à proteína do leite. D e fato, pessoas que têm intolerância à lactose podem sofrer um estufamento devido à fermentação excessiva e, quando o alimento é cortado, a barriga irá desinchar. Porém, quem não tem intolerância à lactose pode consumir o alimento sem correr este risco. Um estudo recente elaborado por pesquisadores ingleses em forma de revisão traz diversos aspectos do consumo do leite em vários países do mundo e pela conclusão dos autores o leite é neutro ou benéfico para o controle de peso, doença coronariana, diabetes, hipertensão e a maioria dos tipos de câncer. De acordo com outro estudo feito com a população brasileira publicado no American Journal of Clinical Nutrition esse ano mostrou que o leite e os derivados não estão associados com diabetes, inclusive, os pesquisadores sugerem que pode haver efeito preventivo.

 

   Não existe relação entre o leite e os seus derivados e o sobrepeso ou obesidade. "O que acontece é que quando você retira esses alimentos provavelmente irá diminuir as calorias ingeridas e se elas não forem substituídas a pessoa consome menos e irá emagrecer", explica o nutrólogo Roberto Navarro. Duas meta-análises, ainda, evidenciaram que o consumo de leites e derivados pode ser uma boa estratégica quando se pensa em emagrecimento com qualidade, sendo benéfico para aumentar a perda de gordura corporal e preservar a massa muscular e consequentemente o metabolismo do indivíduo. (DeVries. Supplemental Protein in Support of Muscle Mass and Health Advantage Whey. 2015)
   Uma revisão publicada por pesquisadores Canadenses do Departamento de Cinesiologia da Faculdade de Ciências da Universidade McMaster mostrou que o consumo de leite e os seus derivados afetam positivamente a composição corporal em mulheres, promovendo a perda de gordura e manutenção da massa magra associado ao treinamento de musculação.
   O alimento também proporciona saciedade. Uma pesquisa cita que a proteína e a gordura saturada do leite têm um efeito maior na saciedade. O estudo observou que pessoas que fazem dieta e não retiram o leite ficam saciadas por mais tempo do que aquelas que deixam de ingerir o alimento.
   Além disso o leite possui outros inúmeros nutrientes benéficos ao bom funcionamento do corpo humano e para finalizar, deixo a referência de mais um artigo, publicado no Journal of The American College of Nutrition, pelo grupo de pesquisa do Fréderic Gaucheron (PhD), intitulado “Leite e derivados: Uma única combinação de nutrientes”. O trabalho mostra claramente que o leite e os seus derivados (queijos e iogurtes) possuem diversos nutrientes como cálcio, magnésio, zinco, selênio, vitaminas A, B1, B2 e B12, e cita diversos benefícios com essa combinação de micronutrientes associando a ingestão do leite e derivados.
   Concluímos então, que o leite e seus derivados não são vilões, devemos sempre levar em consideração as individualidades biológicas. Quem é intolerante ou alérgico a componentes do leite deve procurar um nutricionista para que a carência dos nutrientes seja suprida. Do contrário não há contra indicação, porém, como em tudo, não se deve exagerar.
    Agora segue uma receita prática,perfeita para café da manhã ou lanches e com lactose (ou sem rs):

Muffin de Canela

                                   
Ingredientes:
● 1 xícara (chá) de farinha de trigo (ou outra farinha de sua preferência)
● ½ xícara (chá) de açúcar mascavo
● 3 ovos
● 6 colheres (sopa) de leite (integral, desnatado, de coco,de arroz,…)
● 6 colheres (sopa) de óleo (girassol, milho ou coco)
● 1 colher (café) de canela em pó
● 1 colher (café) de fermento em pó
Modo de preparo:
1. Leve à batedeira os ovos com o açúcar até dobrar de volume.
2. Após, adicione o leite, o óleo e, delicadamente, a farinha de trigo, a canela e o fermento.
3. Em forminhas, untadas e enfarinhadas, coloque a massa e leve ao forno preaquecido a 185°C por, aproximadamente, 35 minutos ou até dourar.
4. Se quiser, polvilhe com canela.

Referências:
Dieta sem lactose não é mais indicada para quem quer emagrecer -
http://www.minhavida.com.br/alimentacao/materias/17430-dieta-sem-lactose-nao-e-a-mais-indicada-para-quem-quer-emagrecer-afirmam-especialistas “Associations of dairy intake with glycemia and independent of obesity, in Brazilian adults: the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil)” Am J Clin Nutr 2015;101:775–82.